Um dia, eu estava em um borracheiro esperando pela troca de um pneu do meu carro e o dono da borracharia veio conversar comigo. Os paulistas são assim. Queridos, simpáticos, desconhecidos conversam com você em qualquer lugar com uma intimidade que dá a impressão de que sempre nos conheceram. E ele me contou que havia comprado um carro, mas que o vendedor era um trapaceiro e que havia instalado uns gatilhos só para enganar o comprador. Uma semana depois, estourou tudo. Então, ele me disse:
– O senhor já notou que esses vigaristas, que vivem aplicando golpes, estão sempre sem dinheiro e devendo aos outros? Estão sempre numa pior.
É verdade.